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O circo tradicional é um tipo de espectáculo sem o qual eu podia viver bem. Que me perdoem alguns artistas de circo mas não gosto e pronto! Para começar não suporto palhaços. Nem os do circo nem os da vida. Detesto palhaçadas e não percebo que piada lhe conseguem encontrar. Quanto aos animais podem até ser bem tratados mas quem gosta mesmo deles prefere saber que vivem no seu habitat natural. O lugar dos animais selvagens é na selva ou na savana ou lá o que é... Mas sim. Eu já fui e continuo a ir ao Zoo de Lisboa. Só não estou à espera que os animais se equilibrem numa pata...
Que isto não pareça um atentado ao circo. Tem de haver espaço para todos os tipos de artes e de artistas mas eu não sou obrigada a gostar. Admiro malabaristas, contorcionistas, ginastas, atletas, equilibristas, trapezistas e até os ilusionistas sobretudo porque fazem coisas que eu nunca me atreveria ou pelo menos nunca teria sucesso a fazer. Gosto imenso do “Cirque du Soleil” mas não falamos neste caso de um circo tradicional. Falamos do melhor da magia e da habilidade do corpo humano.
Quem eu mais admiro são os trapezistas! Saltam entre plataformas pendurados em baloiços e para apimentar o espectáculo às vezes até tiram as redes de segurança. O que faz um doido destes saltar sem rede? Como de resto fazemos tantos de nós que temos a audácia de saltar sem rede mas na nossa vida? O que é que nos passa (ou não passa) pela cabeça para darmos um salto sem ter a menor sensação/noção de segurança? Ausência total de medo ou simplesmente loucura? Enfim, especializei-me em perguntas e não em respostas. Gostava mas não sei responder...
No circo da vida, quando sabemos que a rede está abaixo dos nossos pés e nos sentimos seguros saltamos. Saltamos sem problema porque sabemos que os riscos são menores. Saltamos para uma espécie de zona de conforto sem grandes agitações. Agora e se não houver rede? Quem tem a coragem de arriscar? De trocar o seguro e o estável por uma aventura sem asas e ao sabor do vento? Sem qualquer tipo de certezas, quem salta? Os audazes, os corajosos, os estúpidos ou os verdadeiramente loucos? Quem arrisca e porquê?
Acho que os loucos. E eu. Acho que sou do género de arriscar. De saltar sem rede para o inesperado com a certeza mental que tudo vai correr bem. Aliás de saltar sem rede e de saltar sem asas. Pode ser que as ganhe entretanto...